


Após a Guerra Civil de 2020, o Brasil é dividido em dois países distintos: o Brasil do Norte e o Brasil do Sul. Anos depois, Rebeca, uma jovem carioca repatriada em Pernambuco, sofre um acidente em viagem de negócios, entra em coma e é traficada para um país liderado por fundamentalistas religiosos.
No Brasil do Sul, o presidente de extrema direita doutrina seus apoiadores —a maior parte da população— para a instituição de um cenário político salvacionista militar. Paulo Arnóia, eleito democraticamente, discursa contra minorias, projetos sociais, o avanço da representatividade e da cultura. Sua assessoria se utiliza das redes sociais para realizar lavagens cerebrais em seus seguidores. Por trás das telas, o ser humano se sente seguro o suficiente para mostrar sua verdadeira natureza.
Cerca de um século após o fim da II Guerra Mundial, a história se repete em mais uma onda de intolerância e culpabilidade. O Norte do Brasil repudia o governo de Paulo Arnóia, e após tentativas incessantes de acordos e da desaceleração da crise na democracia, bombardeiam Brasília, o Sudeste e o Sul do país.
Em Nova Canaã, a jornada de fuga de Rebeca para o Brasil corre paralela a de outros personagens, todos com tramas manchadas pela intolerância e o retrocesso. Com uma escrita fluida e objetiva, os capítulos com personagens-foco se entrelaçam em histórias intensas, brutais, de barbárie e sobrevivência.



